Demorei, mas hoje não consigo deixar de abordar este assunto, neste espaço. A ausência não era expressão de despolitização, mas negação do sofrimento. Ah, Freud e seu princípio do prazer… E quem gosta de sofrer? Escrever era penoso. Mas depois percebi que podia ser bom. E comecei a conversar com meus amigos, pares e familiares. Faltava abordar aqui. Tentei, tentei, tentei e… Enfim! Foi sofrido, mas... Parece pesadelo ou coisa parecida. Um balde de água fria na força e alegria de estarmos – com dificuldades – mudando algo neste país. Estamos todos – filiados, simpatizantes, e todos aqueles que ajudaram a construir o PT e acreditou, gestou, sonhou com uma sociedade nova, com um novo modelo econômico e social – estamos todos perplexos com as denúncias de corrupção, da compra de votos, do chamado mensalão… E não consigo perceber o porquê de tudo isso. Porque alguns poucos se acham autorizados a fazer aquilo que nunca nem passou pela cabeça dos militantes? A cada dia, uma surpresa. Inclusive da podre e oportunista oposição que farisaicamente posa de justa e santa. Aqueles urubus do poder que nunca construíram nada para o povo brasileiro e sempre foram custeados por ele. Essa elite conservadora que agora finge ser a solução para a lama de corrupção que está escancarada em nosso país. A crise é grande e os responsáveis por esta estupidez – no PT – devem ser punidos severamente. Expulsão imediata para os responsáveis. Não autorizamos ninguém a fazer isso. Me sinto péssimo. Querendo alguma explicação que seja viável ou minimamente razoável. Mas não existem explicações para este tipo de coisa. Agora, não admito também que aquelas pessoas que nunca fizeram nada pelo país fiquem criticando o partido cinicamente. Até porque o PT não é isso que está posto. Sou petista e não sou corrupto. Como a grande maioria. E portanto acredito que ele – a partir desta triste crise – aprenda de vez todas as lições. Refundação ao PT com os mesmos critérios e valores que o fundaram. Já! E, portanto, ainda acredito. Não sou louco: eu acredito! Hoje Lula falou a todos nós. Falou dos ganhos na economia, da queda do desemprego, fez um balanço de seu governo. Disse que todos sentem o quanto o país melhorou desde que assumiu. Em grande parte é verdade. O país tem uma outra cara no cenário geopolítico. É mais respeitado, ouvido. Quer ser modelo de experiências que se desenvolvem nos âmbitos cultural, social e político. E estão acontecendo várias e diversas . Mas não era isso que queríamos ouvir, não era isso que estava em questão. Na segunda parte de seu discurso, falou que não estava alheio à crise política e disse que ele, mais do que ninguém, quer ver tudo apurado. Disse que se sentiu traído por alguns de seus aliados que não tinha conhecimento do que se passava e pediu desculpas – pelo PT e por erros do governo. E confesso que precisava ouvir isso: para – ainda – poder defender este governo tão sonhado e gestado coletivamente como os grandes sonhos humanos. Hoje não aguentei. Saí da frente do computador e fui andar, por aí, refletindo, sentindo meu coração, meus desejos e pensamentos; saí cantando como que numa prece para que tudo isso acabe logo. E desabei.
Hoje na Folha de São Paulo, artigo de Maria Rita Kehl. Fantástico.
sexta-feira, 12 de agosto de 2005
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2 comentários:
Meu bom Marquinhos, não sei... fazia muito tempo que não me sentia tão mal. me sinto como merda n´água. Não sei o que fazer, em quem votar, ou se vou votar novamente...
o fato é que não sinto nada, como Arnaldo Antunes. Aliás, escrevi isto hoje nas outras histórias.
Mas eu esperava que a fala fosse outra. Me desculpe, mas com o que Lula falou hoje fica difícil esboçar qualquer tentativa de defesa!
o pior é que esta semana até o santa cruz entrou numa crise desgraçada...não há nada que de um pouco de alegria.
é isso.
mudando de assunto, é possível, neste blog, eu abrir um espaço para artigos, entrevistas, como no blog do noblat? vc sabe como faz isso?
abração de coraçaõ dolorido...
Esse Lula é pirata mesmo!
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