quarta-feira, 10 de agosto de 2005
As palavras e as coisas
Nem é tão novo esse discurso. Desde que o neoliberalismo entrou em nossas casas, nosso cotidiano, regulando nossas vidas e impondo a lógica do mercado às outras esferas sociais, tenho ouvido constantemente no noticiário um economês digno de nota. Foi quando eu percebi que o mercado tem vida, alma. Já não bastassem as frases: “o mercado está nervoso” ou “as bolsas em alta fizeram a alegria do mercado”, hoje tive que ouvir a explicação acerca da valorização do real frente ao dólar: “(…) na verdade as duas moedas estavam no limiar da barreira psicológica”. E se torna urgente a renovação da psicologia, agora, para entender a subjetividade do mercado. E confesso que não sei se prefiro a sua histeria ou a sua depressão.
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