quarta-feira, 20 de abril de 2005

O medo venceu a esperança ou O engano do engano do engano



Surpresa e perplexidade! É como posso caracterizar minha reação em relação à escolha do novo papa.
Mas já devia imaginar. Não sei porque, mas sempre que temos uma brechinha de esperança, apostamos tudo nela. E nos enganamos em relação ao conservadorismo de Roma.
Com a morte de João Paulo II, criamos expectativas, idealizamos novas posturas da igreja em relação ao mundo, enfim...
Sempre acredito nas pessoas carismáticas e abertas que no meio dessa tradição/institucionalização toda são capazes de transformar essa estrutura em prática evangélica/libertadora. E na história do cristianismo são grandes os exemplos, desde os mais antigos - como São Paulo e São Francisco de Assis - aos mais recentes - D. Oscar Romero e D. Helder Câmara para não falar de tantos outros que na América Latina vivem uma igreja tão diferente daquela formatada por Roma.
Mas foi eleito o alter-ego teológico de João Paulo II. Quem sabe tenhamos uma outra surpresa, mas de forma cética, acho que teremos uma radicalização do dogmatismo e da lei. O medo venceu a esperança, a Igreja perdeu a possibilidade de fazer mudanças urgentes e o Espírito Santo não teve forças diante de Ratzinger.

Sugestão de leitura: entrevista com Leonardo Boff, teólogo da libertação que foi interrogado por Ratzinger por defender a Teologia da Libertação. Foi punido com seu silêncio.

Um comentário:

Anônimo disse...

Grande verdade marquinhos! Mas já era de esperar que fosse esta a sua escolha. Queriam um compasso de espera depois de João Paulo II e uma pessoa de idade avançada (79 anos) para o cargo. Não desejo mal ao novo Papa mas,... valha-nos isso