segunda-feira, 4 de abril de 2005

O dia em que o Papa precisou de minha avó




Nesses dias todos em que acompanhamos as notícias do Vaticano relativas à morte do Papa, tenho lembrado das inúmeras histórias que minha avó contava quando do auto de seus noventa e tantos anos... Uma delas é fascinante. Ela contava a todos nós - e sem nenhuma modéstia (e porque haveria de tê-la?) - que João Paulo II tinha sido consagrado Papa por sua conta... E contava, quase que como numa mini-novela o ocorrido: "Aquele homem santo, queria muito ser Papa, mas tinha um porém... Sua mãe não aceitava. Aflito, e por conta de sua grande amizade para comigo, foi às pressas à minha casa interceder a mim que o ajudasse a convencer sua mãe do contrário. Ele confiava muito em mim. Corri à sua morada e fiquei falando horas a fio com sua mãe, até convencê-la de que seria melhor para todos que ele fosse o próximo Papa". A história, como notam, está resumida por mim e não dá muitos detalhes. Até hoje não sei ao certo quais foram os argumentos usados. Até hoje, não sei como foi iniciada a amizade de minha avó Joana (esse é um dado relevante) com o João de Deus (como o Papa é conhecido aqui no Brasil). Essas coisas ela não chegava a contar. Como nunca soube como ela conheceu Roberto Carlos, Ayrton Sena e outras figuras que adoraria conhecer... Mas isso não tem importância nenhuma. Porque pelo menos com o Papa sua intervenção deu certo. Ah, deu! E que ninguém duvide! E acho que, no fundo, ela estava certa em não contar os pormenores... Faz parte de todo o mistério, o silêncio e o segredo.

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