E sábado amanheceu frio e escuro.
São Paulo gosta disso: do nada muda de cor, temperatura, cheiro... Mesmo assim, tomo meu café e vou passear no Parque Água Branca, onde me refugio, descanso, escrevo e leio outras coisas. Lembro que era lá meu lugar preferido para ensaiar meus primeiros toques no pandeiro. Ainda tímido. Quando chegava alguém por perto eu ficava assim, sem jeito, parava um pouco, disfarçava. E lá, eu me perco e me encontro, todas às vezes. E São Paulo também é isso, um parque onde a gente se perde e se encontra, despudoradamente. Paro numa mesa para escrever; leitores de jornais e gibis me fazem companhia. E num dado momento, vejo Chico procurando comida. Tenho certeza: era Chico, que fugiu de casa e nunca mais voltou (ah gato danado!). E corro para conversar com ele. Bobeira, já nem lembra de mim. E nós sempre à procura de reconhecimento, mesmo que de um pobre gato. E nem éramos tão bons para ele. Coitado! Passava o dia dentro do apartamento... E na primeira oportunidade - zuuuuuuuuum! - fugiu. Era ele, sei disso. Deve também estar se perdendo e se encontrando no parque. Sempre foi esperto! E continua lindo com seus olhos verdes e pelo negro. Chat Noir! E lembrei-me de Paris.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2005
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Um comentário:
E a saudade de caminhar pelo parque Água Branca ciceroneada por você? Ai, que coisa! Que coisa, menino! Quando você vem pra cá, heim?!
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