quinta-feira, 30 de junho de 2005
Foi lindo!
foi lindo!
foi lindo vê-lo jogar
foi lindo vê-lo ganhar
da Argentina
que é um time fantástico
mas se eles tem o tango de Carlos Gardel
nós temos o samba de Cartola, Pixinguinha e Noel
para lavar nossa alma
despudoradamente malandra e feliz
não é isso que almejamos sempre?
rendo-me ao ver a seleção
e rendido estarei sempre
mesmo não gostando de Parreira
mas isso é um detalhe, a partir de hoje
e na entrega do troféu
o contraste entre os burocratas
devidamente engravatados
e a alegria e descontração dos joga(dores)
e o pandeiro?
por um momento pensei ser eu ali
que mico!
mas abram alas: a estação primeira do Brasil
está entrando na avenida
linda, para receber o que lhe é de direito
com malemolência, ritmo, música e poesia
e não me canso de lembrar
quem viu, viu
quem não viu, só lamento
e foi lindo de se ver
PS.: Desafio ao nosso avatar-mor Bruno, tão portista quanto eu (mais, claro!), que faça um post comentando esta partida histórica e clássica devido aos dois times. Uma observação: é a primeira vez que os dois times jogam fora da América do Sul. Ganhamos! E por enquanto, São Paulo ganha de três a zero do River Plate na Argentina. Quem ganhar, vai para a final da Libertadores... São Pedro bem que podia ajudar, dar uma mãozinha para seu companheiro. E sem querer cantar vitória antes do tempo, acho que hoje é nosso dia!
Este post é dedicada à Kátia Cardoso: ninguém sabe melhor futebol que ela. E ponto final.
quarta-feira, 29 de junho de 2005
Resquícios de ontem: divagações de um dia de tédio II
Matisse
hoje o dia foi um tédio:
extensão do weekend.
que vai
que vem
que nada traz de novo
que não surpreende.
espero por um amanhã diferente
quem sabe
acontece
quem sabe
se eu ler hesse?
e apesar do ano ser de sartre
vou preferindo artaud
e suas cartas-testamento
e atesto:
viva oswald e o movimento antropofágico
viva oiticica e seus parangolés
viva mário de macunaíma
viva torquato de paupéria
viva roberto e seu iê-iê-iê
viva chico e sua banda
e viva eu,
(porque não?)
que não chego a seus pés.
Este post é dedicado à Mary Elle.
terça-feira, 28 de junho de 2005
Divagações de um dia de tédio
cotidiano
ouço milton: milagre dos peixes
ao vivo
gravado em 1974
no teatro municipal de são paulo.
definitivamente,
lindo!
li a biografia de torquato:
em dois dias.
sua história é fascinante e
fico perplexo: por sua vida e
pela estupidez do biógrafo!
estou acabando de ler
cenas de uma vida provinciana II
de coetzee.
confesso: esperava muito mais.
as reflexões são repetitivas!
a tese não sai
apesar do esforço.
apesar de mim!
lembrei-me dela:
sua alegria era sempre complementada
com um toque de ironia: fina!
como sua pele
como seus lábios.
hoje estou um saco!
entediado e triste!
nem eu me agüento.
ººººººººººººººººººººººººººººººººº
ezra pound & torquato
no quarto que de ninguém era
e ponto.
sexta-feira, 24 de junho de 2005
Viva São João!
E consigo ver no céu de São Paulo a cortina de fumaça e as luzes que vêem da minha terra, lá no nordeste, em homenagem a São João... fogueiras, fogueiras, fogueiras... "A fogueira está queimando, em homenagem a São João...". "Ai São João, Xangô menino".
Este post é dedicado a Bruno e Adilson que fazem do São João no Porto uma festa mais bonita...
E viva os martelinhos na cabeça.
A lei do desejo
Lançamento
Meu desejo é estar no lançamento deste livro de autoria de Ana Cristina Santos, a ser realizado na FNAC do Chiado, em Lisboa. Mas já que é impossível, ficam o mimo, o carinho e os votos de sucesso para esta pessoa mais que especial.
quinta-feira, 16 de junho de 2005
Um pouco de consolo...
Queria postar com fotos, mas...
Digam todos vocês: eu me senti com a alma lavada depois do 3 a 0 na Grécia.
E se ganhar numa final, então!!!
Serviu de consolo... daquele triste dia!
Digam todos vocês: eu me senti com a alma lavada depois do 3 a 0 na Grécia.
E se ganhar numa final, então!!!
Serviu de consolo... daquele triste dia!
Eu sei do desespero de vocês!
Eu sei!
Eu sei que vocês estão tristes, cortando os pulsos, um pouco depressivos pelo fato d'eu não estar postando...
Mas nã se desesperem...
O que mico! - o blog mais maneiro do Brasil logo estará atuante novamente...
É que meu computador está com a tela escura e foi para a assistência.
Então, peço que não se desesperem, pois logo estou de volta...
Eu sei que vocês estão tristes, cortando os pulsos, um pouco depressivos pelo fato d'eu não estar postando...
Mas nã se desesperem...
O que mico! - o blog mais maneiro do Brasil logo estará atuante novamente...
É que meu computador está com a tela escura e foi para a assistência.
Então, peço que não se desesperem, pois logo estou de volta...
terça-feira, 7 de junho de 2005
L’Amour est mort
Chagall
Ainda hoje lembro a cena: sem saber o que fazer abracei-a e parti. Sem muitas palavras. De longe via seu corpo, triste como o meu, pedindo para ficar e desaparecendo. Eu também desaparecia, chorando por dentro, soluçando, como um menino pedindo ajuda, desesperado. A vermelhidão do céu começava a reluzir na paisagem e quando percebi lá já não mais estava. Percorria a estrada, extensão de meu destino.
E ainda ficaram registrados em meu corpo – por muito tempo – todas estas sensações e lembranças: suas mãos suadas, o bater acelerado de seu coração, a marca de seu beijo molhado dado ansiosamente.
E toda vez que ouço “L’Amour est mort” de Jacques Brel, me vêem todas estas coisas.
Dedicado a Gil e seus pequenos contos.
sexta-feira, 3 de junho de 2005
Quatro Quartetos
Chagall
Nas últimas noites, por indicação de um amigo, tenho lido
"Quatro Quartetos" de T.S. Eliot. Uma adorável surpresa... a ser partilhada.
Little Giddings
[...]
Não desistiremos de explorar
E o fim de toda a nossa exploração
Será chegarmos ao lugar de onde partimos
E conhecer o lugar pela primeira vez.
Através do portão desconhecido e lembrado
Quando o último confim da terra por descobrir
For o lugar que foi o começo;
Na nascente do rio mais longo
A voz oculta queda d'água
E as crianças na macieira
Desconhecidas, porque não procuradas
Mas ouvidas, meio-ouvidas, na quietação
Entre duas ondas do mar.
Depressa agora, aqui, agora, sempre —
Uma condição de completa simplicidade
(Que não custa menos do que tudo)
E tudo há-de ficar bem e
Toda a espécie de coisa há-de ficar bem
Quando as línguas de fogo refluírem
Para o coroado nó de fogo
E o fogo e a rosa forem um.
(Quatro Quartetos - T.S. Eliot)
PS.: Este post é decidado à Florian Stenschke.
quinta-feira, 2 de junho de 2005
Viva Cássia!
Cássia
Depois de ouvir muito "King of Convenience" meu último vício musical é Cássia Eller. Seu acústico da MTV, certamente, é dos melhores e mais bem produzidos. Cássia revolucionou a MPB com seu jeito "debochado" de cantar e suas interpretações maravilhosas. E sua voz... E penso que nossa música ficou mais pobre desde que ela morreu, precocemente, em 2001. Talvez a Parada do Orgulho GLBT tenha me feito recordá-la. A luta de Eugênia, sua companheira, pela guarda de Francisco (filho biológico de Cássia) emocionou um país. Gerou discussão, polêmica, manifestações de apoio, enfim... Francisco - o filho adotado por todos nós - ficou com Eugênia. E ficamos mais felizes. Se mobilizando e poiando Eugênia, o país, de certa forma, agradeceu à Cássia. E ainda lembro da carta emocionada de Elisa Lucinda - essa nossa poeta e atriz fantástica! Mas o caso Cássia ainda é excessão. E apesar da discussão ter avançada, ainda se faz necessário lutar por uma legislação que permita a adoção no caso de casais homossexuais. E ela continua fazendo uma falta...
Quem tem ouvidos para ouvir...
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