domingo, 29 de outubro de 2006
"Nós, os primitivos", por Pedro Tierra
Fomos levados ao pelourinho das palavras.
Ao açoite público sob a luz impiedosa da tarde.
Arrastados pelas ruas.
Atados às patas dos cavalos.
O sangue, o sal, a carne em postas,
exposta ao sol para o horror dos olhos:
a aterradora pedagogia do medo
gritando no alto dos postes da imensa Vila Rica.
De onde brota a sinistra raiz desse ódio?
Do édito
- que não concebe a recusa.
Dos punhos de renda
- que rejeitam a mão que a moenda mastigou.
Do senhor
- que não tolera o gesto insubmisso.
Da voz
- que arma a mão do feitor.
Essa que maneja a lava da palavra
e dissolve com seu fogo os passos que cumprimos.
Sonham, senhores e áulicos, nos converter em cinzas
e nos lançar aos ventos definitivos.
Mas dobramos a esquina e nos recompomos
na voz de um peão
que ecoa a força dos séculos
na pedra da praça e nos redime.
Sitiados pelo silêncio
– o silêncio aqui são os rios da palavra morta
ditada à diário ante os nossos olhos –
rompemos o submisso idioma do conformismo.
Invadimos a terra cercada e os espaços do mando.
Recriamos o espaço das ruas
(e das redes virtuais que a ordem não captura...),
Carregamos por elas bandeiras de liberdade.
Desafiamos o pelourinho.
Já não dobramos o dorso,
já não baixamos os olhos.
Com o corpo coberto de cicatrizes,
portando estrelas no peito,
nos olhos a invencível vocação de mar,
nós, os primitivos
voltamos
e somos milhões.
Lula lá de novo...
Precisa ser melhor que o primeiro mandato; precisa ser mais firme com uma política econômica que atenda, de fato, aos interesses da maioria da população; precisa mudar algumas das prioridades no que diz respeito à questão do meio ambiente; precisa... O PT precisa se reinventar, refletir sobre seus atos, voltar para suas bases, precisa... Mas me sinto feliz! Geraldo Alckmin seria puro retrocesso... E, desculpa lá, vou à Avenida Paulista comemorar...
segunda-feira, 23 de outubro de 2006
E tem coisa melhor?
Eita finalzinho de semana arretado de bom...
Meu irmão mais novo passou quase cinco dias aqui em sampa. Adoro quando tenho a possibilidade de mostrar essa cidade para minha família. Meu deus, que maravilha poder reencontrá-lo depois de um ano e meio. Ele está lindo, engraçadíssimo (como sempre) e esbajando saúde. E eu, feliz da vida! Caminhada na Avenida Paulista com direito a performances, uma boa pizza no Bixiga, uma passeada no MASP, um passeio de bicicleta no Ibirapuera, uma visita na Bienal de Arte, um choppinho na Vila Madalena foram alguns dos programas que fizemos. E já estou é com saudades. Em cima, um pequeno registro disso tudo. E tomara que isso se repita é logo!
quarta-feira, 18 de outubro de 2006
A volta do blog
Pensei, pensei, pensei e decidi voltar...
Queria mudar um pouco o layout, tipo: vida nova, visual novo.
Como ainda não domino essas coisas muito bem vou pedir a alguns amigos. Enquanto isso, vou continuando com esse.
Esse primeiro post de volta, é apadrinhado por Tom Zé. Ele que está fazendo 70 anos.
Alguém diz que ele tem essa idade?
Um revolucionário romântico e musical.
Como gosto de Tom Zé. Como sou seu fã.
Tropicalista dos melhores, Tom Zé se renova a cada disco seu, experimenta acordes e temas. Estou doido pra ver o documentário sobre ele na 30º Mostra de Cinema de São Paulo. Dizem que está uma coisa linda. O nome do documentário? "Fabricando Tom Zé". Seu novo disco Danç-Êh-Sá é meu mais novo sonho de consumo. E não tem Rapidshare ou qualquer outro programa de downloads que vão me tirar a vontade de comprar esse cd. Quem sabe alguém me presenteia pela defesa da tese que será em novembro...
Abaixo, uma de suas músicas do disco Hips of tradition, "Amar"
Amar, amar
ceder ao coração
a razão
e só, só, só viver
pra ser
a casca pro outro
viver.
E ter, e ter e ter
amarguras mil sem ter,
por que e pra que tecer
e ser
como uma varinha de condão
para quando riscar o chão
espalhar, espalhar no céu (ah!)
Beatles a granel
em sonhos de papel
porque na vida amar é fel
e mel
Tudo bem alto,
Tudo baixinho,
Tudo calado
Tudo bem alto,
Tudo baixinho
Tudo...
Acho que começamos bem!