Notícias do carnaval

Em São Paulo, a Vai Vai. Com um enredo que trouxe para a avenida o alerta para as questões ecológicas e do cuidado com o planeta, ela contagiou o público com sua tradição e seu samba enredo. Seu refrão empolgante é a máxima desse carnaval que dizia:

Hojé é festa, é carnaval/"se liga nessa" que o alerta é geral/com muito orgulho, a "saracura"/ mostra pro mundo que o planeta tem cura/ eu sou "bixiga", quero ver quem me segura.

E parafraseando Caetano: Divino maravilhoso!

No Rio de Janeiro, a Estação Primeira de Mangueira. Minha "verde e rosa", tão bem cantada em versos de nosso saudoso Cartola, fez uma homenagem belíssima à língua portuguesa; e fiquei emocionadíssimo. A origem no latim, sua vinda para o Brasil, as misturas com a influência indígena e africana: tudo lindo! E aquela Comissão de Frente fantasiada de Camões e que se transformava depois em portuguesas dançando um vira no meio do sambódromo, foi tudo de bom. Deu vontade de ir pra lá e cantar junto:

Vem no vira da Mangueira, vem sambar/ meu idioma tem o dom de transformar/ faz do palácio do samba uma casa portuguesa/ é uma casa portuguesa com certeza.

Em Salvador, o Bloco Afoxé Filhos de Gandhi. Com energias e mensagens de paz, esse panteão dos orixás, tapete branco que veste Salvador, me emociona a cada ano.

E sou apaixonado pela beleza encantadora destas escolas, deste bloco, do carnaval. De fato, sou um folião: amante da alegria que se explicita a cada ano nas ruas cheias de amor e amor.

A luta das mulheres em dois continentes

Fiquei imensamente feliz pelo resultado do SIM no referendo português sobre a despenalização do aborto naquele país. Sempre que posso, saúdo com alegria, as conquistas e lutas do movimento feminista de Portugal. Por tudo: pela luta em si (justa!), pelos amigos que nela estão e pela carga afetiva que isso tudo me traz... E fico extremamente orgulhoso de ter conhecido de perto várias das pessoas que, que cotidianamente, lutam pela efetivação dos direitos das mulheres. Viva!

Das bandas daqui, amanhã, às 19hs, outra experiência trazida pelas "mulheres guerreiras que lutam pelo amor": o bloco Ilú Obá de Min. Esse grupo, tão belo por carregar e dar continuidade à tradição negra de cariz feminino neste país, também é motivo de homenagem neste blog. E viva Xangô, que as alimenta nessa história, nesse movimento, que mistura arte, música, alegria e luta.

O vídeo acima é uma espécie de exaltação dessas duas ondas feministas que se cruzam por intermédio do atlântico.

Este post é dedicado a todas as ongs feministas de Portugal e ao grupo Ilú Obá de Min. Axé!

Referendo pela descriminalização do aborto

Porque hoje me sinto, de forma especial, ligado a tod@s @s militantes que lutam em defesa da vida das mulheres em Portugal.

Associação de palavras sobre esta minha última semana - parte I

Decisões rápidas, giro de 360º, mudança de cidade, trampo, docência, Paraná, sul do país, interior, dúvidas, (des)caminhos, abertura, alunos, república, pesquisa, reunião, planejamento, plano de ensino, "quero ir ao cinema", saudades da "poluição" de São Paulo, calmaria, tempo extra, leituras, viagem de 13 horas, cansaço, contrato, PIS/PASEP, saudades de Barra Funda, Condomínio Andressa.

Chico Science da Manguetown

Dez anos atrás morria um dos gênios de nossa música popular brasileira: Chico Science. Um dos fundadores do movimento manguebeat, Chico Science passou como um cometa: rápido e brilhante, fazendo marca no céu. E me lembro daquele dia e do carnaval de Olinda daquele ano.
Em 2005, um documentário de Cláudio Barroso intitulado "O mundo é uma cabeça" conta um pouco dessa história. Vale a pena conferir. É só clicar no título. Chico Science morreu num acidente de carro, ao lado do mangue. Morreu fazendo arte, no mangue.